RESGATE SOCIAL


"Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância!" (Jo 10,10)

O Governo Federal lançou esta semana o plano BRASIL SEM MISÉRIA com o objetivo de tirar da extrema pobreza cerca de 16 milhões de pessoas. São famílias com renda de até R$ 70,00/mês per capita (ou pouco mais de 2 reais por dia). O plano sustenta-se em 3 pilares: 1) Renda: com a expansão do Bolsa-Família, incluindo mais 1,3 milhões de beneficiários e a criação da Bolsa Verde para famílias em área de floresta; 2) Trabalho: qualificação profissional nas cidades e expansão dos programas de apoio à agricultura familiar; 3) Serviços Públicos: ampliação de serviços de saneamento, saúde e educação voltados para a população mais carente.

Não tenho a ingenuidade de acreditar que este plano será perfeitamente implantado e milagrosamente vai resgatar estes brasileiros da miséria, mas já é um primeiro passo.

Nem o mais ferrenho oposicionista pode deixar de reconhecer que nos últimos 10 anos, 28 milhões de pessoas saíram da linha da pobreza e 32 milhões foram incluídas nas classes médias. A única discordância é que alguns entendem que o mérito é do ex-presidente Lula e outros acham que este apenas ampliou programas criados por FHC. Mas para quem saiu da miséria, pouco importa quem é o “pai da criança”, o que importa é a geladeira cheia e a comida na mesa.

Estes 16 milhões de brasileiros que ainda vivem na miséria absoluta, constituem o “núcleo duro” da pobreza, não foram beneficiados por nenhum dos programas anteriores, alguns nem existem juridicamente. No discurso de lançamento a Presidente Dilma arrematou: “Não vamos esperar que os pobres corram atrás do Estado brasileiro. O Estado brasileiro é que deve correr atrás dos pobres”.

Sempre que o tema Bolsa-Família entra em pauta, uma saraivada de críticas surge das camadas mais abastadas da população e da mídia conservadora. Vamos tentar desconstruir cada um destes ataques:

“O benefício gera preguiça e acomodação dos pobres”: Quem fala uma tolice destas nunca foi pobre, nunca conheceu (de verdade) um pobre. Tal afirmação é fruto de um preconceito há séculos plantado nas cabeças dos “nobres”. Pobre tem dignidade, gosta de trabalhar, ganhar seu dinheiro e pagar suas obrigações em dia. Quando aceita um auxílio destes é porque realmente precisa. Uma grande parte devolve o cartão do bolsa família quando consegue um emprego.

“O Bolsa-família não gera renda e empregos”: Nas pequenas e miseráveis cidades do Nordeste e do Vale do Jequitinhonha, o benefício foi a redenção da economia, gerando empresas e trabalhos no comercio. Converse com qualquer dono de supermercado, mercearia ou padaria destas localidades e verá a importância deste recurso na geração de riquezas.

“O benefício é esmola”: Redistribuição de renda não é esmola, Justiça social não é favor. Conceder estes benefícios é função primordial do Estado e uma das razões de sua existência.

Não podemos esquecer que depois de séculos de desigualdade e injustiça social temos milhões de brasileiros que foram bebês que passaram fome, filhos de mães desnutridas, não tiveram educação nem assistência médica, e agora são adultos sem nenhuma chance de futuro, cabe ao Estado Brasileiro resgatar estes brasileiros para uma vida digna. Isto não é esmola, é pagamento de uma dívida.

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