ESTADO MAIOR



Volto hoje a tratar do velho tema do tamanho do ESTADO. Sempre que pipocam os escândalos (verdadeiros ou fabricados) de corrupção na máquina administrativa, a velhas vozes defensoras do estado mínimo ficam assanhadas e receitam a velha fórmula da privatização e redução do aparelho estatal. Ficam repetindo que o Brasil tem funcionário público demais, que são todos marajás e incompetentes. Argumentam que é só deixar o mercado agir com liberdade, que todos os problemas de emprego e distribuição de renda se resolveram. São pensadores que acendem vela para o santo padroeiro dos conservadores: Adam Smith. Aquele que entendia que era só deixar a “mão invisível” da livre-iniciativa agir, que tudo se resolveria.

É fácil defender um governo menor quando se está alojado nos andares de cima do edifício social brasileiro. É fácil pedir um Estado menos presente, quando se tem um bom plano de saúde, um apartamento num condomínio cercado de ótima segurança física e eletrônica. Acesso a educação para si e para os filhos nas melhores escolas.

Para o pobre brasileiro, aquele que vive no andar de baixo, um Estado forte faz falta. O funcionário público faz a ponte entre o Governo e o cidadão, por isso a importância de seu reconhecimento, de sua valorização.

O que o Estado brasileiro precisa é ser melhor, não ser menor. É como se você dissesse a um empresário que ele tem que reduzir o tamanho de sua empresa para poder administrá-la com mais eficiência. O que o governo brasileiro precisa é de uma forte reforma institucional. O Governo é um gigante em algumas áreas e um anão em outras.

Precisamos de um Brasil gigante na saúde, com uma rede de atendimento ao cidadão similar aquela oferecida aos mais favorecidos pelos planos de sáude.

Precisamos de um Brasil gigante na segurança pública, pois os mais pobres são as maiores vítimas da falta de presença da forças policiais. As drogas estão destruindo o tecido social e comprometendo toda uma geração. Repressão aos traficantes, tratamento aos viciados e assistência às suas famílias é função do Estado.

Precisamos de um Brasil gigante no combate à sonegação. A fonte de recursos para resolver todos os problemas sociais é o dinheiro dos tributos. A carga tributária é enorme porque incide sobre apenas parte dos contribuintes. Um outro Brasil deixa de ser tributado todos os anos graças à sonegação e a deficiência da máquina que fiscaliza e arrecada.

Resumindo: o problema do Brasil não é o gigantismo do Estado e sim a pequenez de seus gestores.

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