QUANDO OS MUROS CAEM.








Com a queda do muro de Berlim e o fim do comunismo nos países do leste europeu, foi decretado: o capitalismo venceu. O livre mercado era solução para todos os problemas da humanidade. A miséria seria vencida não pela intervenção do estado, mas com o crescimento da economia.

Era a ressurreição do economista do século XVIII: Adam Smith e sua “mão invisível”, o mercado. Ele acreditava que os homens deveriam ser deixados livres para buscar seus próprios interesses e assim naturalmente a sociedade se desenvolveria e resolveria todos os problemas humanos.

Karl Marx havia finalmente morrido nos escombros do muro de Berlim e nas estatuas de Lenin que eram implodidas na antiga “cortina de ferro”.
Reagan e Margareth Tatcher foram os grandes arquitetos de novo mundo, privatizações e desregulamentação entregaram a economia totalmente ao mercado. Afinal os governos sempre corruptos e ineficientes só atrapalhavam. Nasceu o “O consenso de Washington” onde o FMI, Banco Mundial e Tesouro Americano davam a receita aos países pobres e em desenvolvimento: redução dos gastos públicos, menos impostos, privatização de todas as estatais, afrouxamento de leis econômicas e trabalhistas, desregulamentação do setor financeiro e outras medidas.
A crise financeira mundial deste ano, demonstrou que não era bem assim. Quase 20 anos depois da queda do muro de Berlim, o “muro de Washington” também ruiu. Do entulho destes dois muros nascerá a ponte para um novo mundo.

A mão firme e rápida do Estado salvou o mundo. Bilhões de dólares e euros foram destinados à salvação de empresas. Bancos foram estatizados. Tradicionais montadoras de veículos (ícones do capitalismo) chegaram à Washington com o pires na mão pedindo ao outrora velho e perdulário Estado, a salvação.

Em 1859 Marx escreveu que: “nenhuma ordem social jamais é destruída, antes que todas as forças produtivas para as quais ela é suficiente se tenham desenvolvido.” (Marx, The Critique of political economy). Assim nenhuma ordem social poderia entrar em crise geral antes de realizar seu pleno potencial histórico e não ser capaz de atingir seus objetivos. O comunismo morreu porque não conseguiu entregar sua meta: tornar todos os homens livres, iguais, bem alimentados, educados e felizes. O capitalismo radical morreu pelo mesmo motivo.

Marx estava errado quando defendia que o Estado resolveria todos os problemas do homem. Adam Smith estava errado quando afirmava que o livre-mercado era a solução. A virtude, como dizia Aristóteles, esta no meio.

Nicolas Sarkozy, presidente da França anunciou a “morte da ditadura do mercado”, e pregou a necessidade de uma “refundação do capitalismo”.

Este novo regime aceita a livre iniciativa e o investimento privado como motor do progresso humano, mas necessita de um Estado regulador, indutor do desenvolvimento econômico e social, que atue na redistribuição de renda e inclusão das classes menos favorecidas.
--> A solução não está nem no Governo, nem no livre mercado. A solução está na união de todos os atores (Estado, empresários, trabalhadores e organizações sociais). Fora disso só existe o caos.

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