TSUNAMIS E MAROLINHAS



A crise econômica mundial sopra as velinhas de seu primeiro aniversário. Há um ano, a quebra do Lehman Brothers indicaria o começo do fim do mundo.
No começo da crise econômica internacional, que ia acabar com o mundo, incluído aí o Brasil, o presidente Lula deu uma declaração: “é uma marolinha”.
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È claro que os pessimistas de plantão não aceitaram a definição. As aves de mau agouro diziam que era uma ignorância tal afirmação. Ora, com a globalização, o tsunami da crise iria arrastar nosso bravo país.
Porque escapamos? O que blindou nossa economia?
1) Forte controle estatal sobre a economia
2) Mercado financeiro fortemente regulado e fiscalizado (Banco Central, CVM, etc.)
3) Baixa exportação e forte concentração no mercado interno.
4) Ações de incentivo ao consumo interno, via redução da carga tributária e apoio ao setor imobiliária (Minha casa, minha vida).
5) A forte ação dos bancos públicos, incrementando o crédito, quando os bancos privados se retraíram.
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A grande ironia é que nossos “defeitos” nos salvaram (intervencionismo estatal, baixa participação no comercio internacional, etc.)
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O jornal francês Le Monde (17/09/2009), destacava: “Ao prever com ironia um ano atrás que o ‘tsunami’ da crise provocaria em seu país, uma simples ‘marola’, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, acertou: a recessão só duraria um semestre”.
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... E o mundo (nem o Brasil) acabou!
Talvez tenha acabado o mundo como nós o conhecemos até hoje. Uma nova ordem econômica e social emerge das cinzas da fogueira de 25 trilhões de dólares.
O VELHO MUNDO:
- Hegemonia econômica/militar dos Estados Unidos.
- Concentração do poder econômico/político nos países do G7
- Econômica do Livre Mercado
- Desregulamentação do mercado financeiro.
O NOVO MUNDO:
- As velhas potências começam a conviver com as novas: China, Brasil, Índia, etc.
- Força econômica/política do G20
- Presença do Estado na economia como regulador e fomentador do desenvolvimento.
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Enquanto a velha Europa e o combalido Estados Unidos patinam na recessão, a China deve crescer 8% este ano, A Índia projeta crescimento de 6% e Brasil deve ficar em 4,5% (Espero).
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É interessante ver a mídia conservadora se render à “marolinha” do presidente Lula. Nesta aniversário da crise vários jornalistas, analistas e cronistas apontaram em seus textos, a rápida recuperação da economia brasileira.
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Mais curioso ainda e ver analistas liberais, aceitarem a mão do Estado como força salvadora do sistema, veja o que pensa agora Delfin Neto: “... precisamos de REGULAÇÃO ENÉRGICA E INTELIGENTE, que, sem eliminar as inovações, passe a controlar os próprios riscos e leve em conta a possibilidade de riscos sistêmicos.” (artigo: "Como foi possivel?" in Carta Capital, 09/04/2009)
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É, vendo por este lado, o mundo acabou mesmo.....
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